Espíritos Puros

Os Espíritos Puros constituem a primeira colocação na escala descrita por Allan Kardec. Eles já percorreram todos os graus da escala, não precisando mais passar por provas ou expiações em corpos perecíveis, porque já se encontram em comunhão com o Pai, além de receber as ordens diretas do Criador e transmiti-las aos outros espíritos o auxílio para a sua evolução.

Sem sofrer a influência da matéria, não necessitam reencarnar mais, e possuem uma superioridade intelectual e moral absoluta, se libertaram das impurezas da matéria e são conhecidos por muitos, como anjos ou mentores espirituais.

Em O Livro dos Espíritos, no capítulo 04, Kardec descreve como são estes espíritos:

“Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, porém, não é a de ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os espíritos que lhes são inferiores, auxiliam-nos nas obras de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir os homens nas suas aflições concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os conservam distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima”.

Deus não criou espíritos bons e nem maus, mas simples e ignorantes, possibilitando a cada um a escolha de seu próprio  destino para evoluir e atingir sua perfeição, vencendo os vícios, o orgulho ou egoísmo, ainda associados à escalas mais primitivas da evolução. Percebemos diante disso o quanto ainda temos para caminhar e deixar para trás ações e sentimentos menos felizes, que não pertencem mais ao mundo dos espíritos puros.

A Revista Espírita, na edição de Outubro de 1860, sob o título de Os puros Espíritos, pela médium Costel, relata como estes espíritos são dignos de possuir o conhecimento e de se comunicar com Deus. “Estes Espíritos são os ministros de Deus; eles regem, sob suas ordens, os mundos inumeráveis; dirigem do alto os Espíritos e os humanos; está ligado entre eles, por um amor sem limites, este ardor se estende sobre todos os seres que procuram chamar e tornar dignos da suprema felicidade. Deus irradia sobre eles e lhe transmite as suas ordens; eles o veem sem serem oprimidos por sua luz”.

Como Kardec esclarece, não ficam na ociosidade, mas sempre auxiliando, principalmente descendo às profundezas dos mundos inferiores para amparar os que sofrem, e mostrar para estes espíritos, que o progresso depende só deles mesmos e que nunca estão desamparados pelo Criador.